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MOLÉCULAS: Luminol

Por Marina Saraiva

Figura 1: estrutura molecular do luminol.
Fonte: http://www.chemspider.com/Chemical-Structure.10192.html
Muitos conhecem essa substância química pelos filmes e séries de investigação policial, mas poucos sabem como ele foi criado, como é sua estrutura molecular e, principalmente, o porquê ele brilha.
O luminol foi criado em 1928 por H. O. Albrecht, mas foi Fritz Feigl quem reconheceu seu potencial para análise de toque para detecção de pequenas quantidades de peróxido e íons ferrocianeto.  Sua fórmula molecular é C8H7O2N3 e se apresenta em forma de pó.  Para se obter a luminescência do composto é necessário fazer com ele uma solução em mistura com peróxido de hidrogênio (água oxigenada), que reage muito lentamente. Quando essa mistura entra em contato com sangue, utiliza a hemoglobina presente como catalisador, causando reação de quimiluminescência. A partir dele e possível identificar marcas de sangue invisíveis a olho nu. Quando a solução é utilizada junto com a luz ultravioleta, seu brilho se intensifica, ajudando ainda mais na detecção de possíveis resquícios de sangue.

A Reação Química na cena do crime
O principal reagente é o luminol em pó que é misturado em uma solução líquida contendo peróxido de hidrogênio (H2O2), um meio alcalino (básico, pH maior que 7,0). Para que se produza o brilho, a solução de peróxido e luminol precisam de um catalisador, ou seja, algo que atue para acelerar a reação, diminuindo sua energia de ativação. No caso das cenas de crime, o catalisador é o ferro contido na hemoglobina.
Quando a hemoglobina e a solução de luminol entram em contato, o ferro acelera a reação entre o peróxido e o luminol. Nesta reação, o luminol perde átomos de nitrogênio e hidrogênio e adquire átomos de oxigênio, resultando em um composto denominado 3-aminoftalato. Esta reação deixa o 3-aminoftalato em um estado de energia mais elevado, pois os elétrons dos átomos de oxigênio são levados para orbitais superiores. Os elétrons tendem a voltar rapidamente para seu nível de energia mais baixo, emitindo a energia extra em forma de fótons, luz. Como o ferro acelera a reação, a luminescência é forte suficiente para ser vista em um ambiente escuro.

Figura2: Reação Entre luminol e íon Ferro (simplificada).
Fonte: http://www.revista.vestibular.uerj.br/lib/spaw2/uploads/images/2010_discursivo/2010_Discur_Quim_questao_3_1.PNG


Figura 3: Esquema da reação completa entre o luminol, o peróxido de hidrogênio e sua catalisação.
Fonte: http://www.culturamix.com/wp-content/gallery/como-funciona-o-luminol-1/Como-Funciona-O-Luminol-1.gif

Limitações

Uma das limitações desse agente é que sua solução deve ser preparada no momento de sua utilização e mantido sob refrigeração , o que dificulta seu transporte e aumenta seu custo.
Além disso, o luminol pode induzir resultados falso-positivos com íons metálicos de ferro, cromo e cobalto, que catalisam a sua reação e desencadeia e emissão dos fótons, além de certas enzimas encontradas naturalmente em vegetais.
A exposição do resíduo contendo sangue aos fatores ambientais pode influenciar os resultados dos testes. Os vestígios que são enterrados, submersos em água ou que decorrem no tempo, pode não ser identificados com a eficácia esperada, mas ainda é efetivo.

Referências:
DELECAVE, B. Luminol. Disponível em < http://www.invivo.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1093&sid=9>. Acesso em: 26 out 2016.
MONTEIRO et al. Radiação na forma de luz - Luminol: Exemplo de quimiluminescência aplicadas à Ciência Forense. Centro Educacional da Fundação Salvador Arena, Faculdade de Tecnologia Termomecânica. São Bernardo do Campo. 2012.

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